sobre pedras amontoadas ergue-se um edifício... ruínas... somos ruínas em construção... construções em ruínas... pedras que perduram pelo tempo... gastas pelo tempo... sujas pela lama/lavadas pelo chôro da chuva que brota em soluços silenciosos... um sol... um pôr-de-sol eleva o que já foi... aquece as frias pedras que julgavam não mais serem vistas... o sol permanece... Tua presença amiga continua a marcar o relevo das minhas pedras... Vise-me nascer... viste-me sorrir... acompanhaste meus passos... deste-me a mão para me levantar quando caí... enxugaste minhas lágrimas... choraste comigo... partilhaste o meu sorriso, a minha dor... as minhas preocupações... não perguntaste "porquê" mas apenas me deste o teu ouvido, o teu ombro... e depois mesmo definhando pelo desgaste da passagem do tempo... estás aí... permaneces aí... traçando as linhas do que fui... do que sou... Jesus, meu pôr-do-sol... aquece as pedras da minha existência...
Neto Quirino
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