quinta-feira, 30 de setembro de 2010

[...]




Filho, lembre-se dia e noite daquele que prega a Palavra de Deus para você.
Honre-o como se fosse o próprio Senhor, pois Ele está presente onde a soberania do Senhor é anunciada.

DIDAQUE, IV - 1

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eis a oração de uma comunidade do primeiro século depois de Cristo:



"Lembra-te, Senhor, da tua Igreja,
livra-a de todo o mal,
e aperfeiçoa-a no teu amor.
Congrega-a, santifica-a, dos quatro cantos do mundo,
no reino que Tu preparaste.
Porque Teu é o poder e a glória,
pelos séculos dos séculos.
Que venha a graça e passe este mundo!
Hosana, ó Filho de Davi!
Aquele que é santo, que venha!
Aquele que não o é, que mude o seu coração!
Marana tha. Amém!"


DIDAQUÊ 10, 5-6
UM LIVRO DA IGREJA PRIMITIVA DOS SÉCULOS I/II

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Me amas



Tu pedes-me para Me conhecer e para Me amar, a Mim, a Verdade suprema.
Eis a via para quem quer chegar a conhecer-Me plenamente e a apreciar-Me, a Mim, a Verdade eterna: não saias nunca do conhecimento de ti e, abaixado no vale da humildade, em ti mesmo Me conhecerás.
E a este conhecimento irás buscar tudo o que te falta, tudo o que te é necessário.
Nenhuma virtude tem vida em si própria, se a não tira da caridade; ora, a humildade é a ama e a governanta da caridade.
No conhecimento de ti mesmo tornar-te-ás humilde, dado que verás que não és nada por ti e que o teu ser vem de Mim, uma vez que Eu vos amei antes mesmo de terdes existido.
É devido a este amor inefável que tenho por vós que, querendo recriar-vos pela graça, vos lavei e recriei no sangue derramado pelo Meu único Filho com um tão grande fogo de amor.
Só este sangue dá a conhecer a verdade àquele que tenha dissipado a nuvem do amor-próprio através do conhecimento de si próprio.
É então que, com este conhecimento de Mim mesmo, a alma se abrasa com um amor inefável, e é devido a este amor que experimenta uma dor contínua.
Não uma dor que a aflige ou a seca (longe de tal, pelo contrário, fecunda-a) mas, uma vez que conheceu a Minha verdade, as suas próprias faltas, e a ingratidão e cegueira do próximo, sente uma dor intolerável. 
Aflige-se apenas porque Me ama, porque se não Me amasse não se afligiria.

Santa Catarina

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Seguro-Vos




- “Menosprezai vossas tentações e não vos demoreis nelas.
Imaginai estar na presença de Jesus.
O crucificado se lança em vossos braços e mora no vosso coração.
Beijai-Lhe a chaga do lado, dizendo:
‘Aqui está minha esperança; a fonte viva da minha felicidade.
Seguro-vos, ó Jesus, e não me aparto de vós, até que me tenhais posto a salvo’”.(Padre Pio)

domingo, 26 de setembro de 2010

A Santidade é a vocação do Cristão




Desde a Antiga Aliança, Patriarcas, Deus chama o povo à santidade: “Eu sou o Senhor que vos tirou do Egito para ser o vosso Deus. Sereis santos porque Eu sou Santo”. (Lv 1, 44-45)
O desígnio de Deus é claro: uma vez que fomos criados à sua “imagem e semelhança” (Gn 1,26) e Ele é Santo, nós devemos ser santos também. O Senhor não deixa por menos. A medida e a essência dessa santidade é o próprio Deus. São Pedro repete esta ordem dada ao povo no deserto, em sua primeira carta, convocando os cristãos a imitarem a santidade de Deus:
“A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” (1Pd 1,15-16)
São Pedro exige dos fieis que “todas as vossas ações” espelhem esta santidade de Deus, já que “vós sois, uma raça escolhida, um sacerdócio régio, uma nação santa, um povo adquirido para Deus, a fim de que publiqueis o poder daquele que das trevas vos chamou à sua luz maravilhosa”. (1Pd 2,9)
Para São Pedro a vida de santidade era uma imediata conseqüência de um povo que ele chamava de “quais outras pedras vivas… materiais deste edifício espiritual, um sacerdócio santo”. (1Pd 2,5)
Neste sentido exortava os cristãos do seu tempo a romper com a vida carnal: “luxúrias, concupiscências, embriagues, orgias, bebedeiras e criminosas idolatrias” (1Pd 4,3) vivendo na caridade, já que esta “cobre a multidão dos pecados”. (1Pd 4,8)
Jesus, no Sermão da Montanha chama os discípulos à perfeição do Pai: “Sede perfeitos assim como o vosso Pai celeste é perfeito”. (Mt 5,48)
Essas palavras fazem eco ao que Deus já tinha ordenado ao povo no deserto: “Sede santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44)


Jesus falava da bondade do Pai, que ama não só os bons, mas também os maus, e que “faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos”. (Mt 5,45) Jesus pergunta aos discípulos: “Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis?” (46). Para o Senhor, ser perfeito como o Pai celeste, é amar também os inimigos, os que não nos amam. “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e vos maltratam”(44) e mais ainda: “Não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra”. (39)
Sem dúvida não é fácil viver essa grande exigência que Jesus nos faz, mas é por isso mesmo que ao cumpri-las vamos nos tornando santos, perfeitos, como o Pai celeste.
Todo o Sermão da Montanha, que São Mateus relata nos capítulos 5, 6 e 7, apresenta-nos o verdadeiro código da santidade. É como dizem os teólogos, a “Constituição do Reino de Deus”. Santo Agostinho nos assegura que:
“Aquele que quiser meditar com piedade e perspicácia o Sermão que nosso Senhor pronunciou no Monte, tal como o lemos no Evangelho de São Mateus, aí encontrará, sem sombra de dúvida, a carta magna da vida cristã” (CIC, nº 1966).
É por isso que na festa de todos os Santos a Igreja nos faz meditar no Evangelho das Bem-aventuranças, que são o início, e como que o resumo, de todo o Sermão do Monte.
São Paulo começa quase todas as suas Cartas lembrando os cristãos do seu tempo de que são chamados à santidade. Aos romanos, logo no início, ele se dirige dizendo:
“A todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos“. (Rm 1,7)
Aos corintios ele repete: “à Igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Cristo Jesus chamados à santidade com todos…” (1Cor 1,2).
Aos efésios ele lembra, logo no início, que o Pai nos escolheu em Cristo “antes da criação do mundo para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,5).
Aos filipenses ele pede que: “o discernimento das coisas úteis vos torne puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo” (Fil 1,10).


“Fazei todas as coisas sem hesitações e murmurações a fim de serdes irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus íntegros no meio de uma geração má e perversa” (Fil 2,14) .
Para o Apóstolo a santidade é a grande vocação do cristão. Ele diz aos efésios:
“Exorto-vos pois (…) que leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados, com toda humildade, mansidão e paciência”. (Ef 4,1)
De maneira mais clara ainda ele fala aos tessalonicenses sobre o que Deus quer de nós:
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honestidade, sem se deixar levar pelas paixões desregradas como fazem os pagãos que não conhecem a Deus”. (1 Tess 4,3-5)
Aos cristãos de Corinto, Paulo volta a insistir na sua segunda Carta:
“Purifiquemo-nos de toda a imundice da carne e do espírito realizando a obra de nossa santificação no temor de Deus” (2 Cor 7,1) e também a carta aos Hebreus, nos manda procurar a santidade:
“Procurai a paz com todos e ao mesmo tempo a santidade, sem a qual ninguém pode ver o Senhor”. (Hb 12,14)
Santa Teresa de Ávila afirma que: “O demônio faz tudo para nos parecer um orgulho o querer imitar os santos”.
A santidade é o meio de voltarmos a ser “imagem e semelhança” de Deus, conforme saímos de suas mãos.
São Paulo ensina na carta aos romanos que Deus nos quer como autênticas imagens de Jesus:
“Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos”. (Rm 8,29)
A santificação, portanto, consiste em cada cristão se transformar numa cópia viva de Jesus, “um outro Cristo” como diziam os santos Padres. Quando a imagem de Jesus estiver formada em nossa alma, então teremos chegado à meta que Deus nos propõe. É aquele estado de vida que levou, por exemplo, São Paulo a exclamar: “Eu vivo, mas já não sou mais eu, é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus”. (Gl 2,20)
Jesus sofreu a sua Paixão e Morte para que recuperássemos diante do Pai a santidade. É o que o Apóstolo nos ensina: “Eis que agora Ele vos reconciliou pela morte de seu corpo humano, para que vos possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai”. (Col 1,22)
Fomos criados por Deus e para Deus, e a Ele pertencemos; por isso, somos chamados à santidade. O salmista canta essa verdade essencial:
“Ele é nosso Deus; nós somos o povo de que ele é o pastor,
“As ovelhas que as suas mãos conduzem.” (Sl 94,7)
“Sabei que o Senhor é Deus: somos o seu povo e as ovelhas de seu rebanho.” (Sl 99,3)
Essa pertença a Deus é que nos obriga acima de tudo a buscarmos como meta da nossa vida a santidade, que é a marca de Deus, três vezes Santo. O Papa João Paulo II, que era um pregador incansável da santidade, disse certa vez:
“Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda a autêntica aspiração do coração humano.” (LR,N.17, 7/4/96)
“Entre as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere diretamente à pessoa humana.”
E o Papa resume tudo dizendo que:
“A santidade é a plenitude da vida.” (LR, N.20, 18/5/96)
Com a mesma ênfase, São Paulo afirma para os corintios que não nos pertencemos, porque fomos comprados por um alto preço que é o sangue de Cristo (cf. 1 Cor 6,19). Aos romanos o Apóstolo diz: “Nenhum de vós vive para si e ninguém morre para si. Se vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o Senhor. Quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor. (Rm 14,7)

Do livro – Intercessão dos Santos, relíquias e imagens

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Serei bendito em Ti




Quero ouvir Tua voz.
As sandálias eu já tirei.
A minh'alma anseia por Tua presença.
Mais que a terra seca anseia pela chuva.

Guardadei Teus mandamentos.
Pois para mim são mais preciosos.
Do que ouro, prata ou qualquer riqueza.
Pois Tuas bençãos virão e me alcançarão.

Bendito eu serei.
Os meus celeiros transbordarão
Todos verão que sou chamado pelo nome do Senhor.
E os céus se abrirão.
O bom tesouro do Meu Senhor.
Tudo vai prosperar onde eu tocar as minhas mãos.

Hoje me recordei daquele dia em que Te encontrei Senhor...



Hoje me recordei daquele dia em que Te encontrei Senhor.
Estava eu tão vazio de Ti, tão cheio de mim, que quando Viestes à mim naquele dia, não tive mais forças para Te refrear.
Viestes de uma forma tão intensa e tão bonita, que não consegui me conter apenas com lágrimas escorridas no rosto. Meu coração gritava devido aquela Sua “fúria” de quando Te permiti entrar nele.
E eu, sem forças, me fiz prisioneiro. Não Te impedi, e Te deixei livre para que viesses me transformar. Decerto que no momento não compreendi a perfeição da decisão que eu fiz em ter-Te permitido me amar.
Fostes tão intenso que na hora quis sentir tudo de uma única vez, mas aos poucos Fostes amenizando, e aquela ferocidade  foi se transformando em brisa, em sopro, em vida.
E eu fui me deixando levar em Ti, em teus braços, com minha cabeça recaída em Teu peito, pude ouvir  Teu coração pulsando de amor por mim. Olhei Teu rosto e vi Teu sorriso, a felicidade que tivesses em ter Tua criatura ali, em Teus braços.
Tu me balançastes como pai, e eu adormeci como filho, em Teus braços.
Ao acordar não estavas mais ali, deixastes ao meu lado roupas novas, e embaixo delas um recadinho, que me pedia para eu não desesperar-me, pois Continuavas ali comigo, dentro do meu peito. Mas que, a partir dali,  os passos teriam que ser meus, as decisões teriam que ser minhas. E no final da carta me perguntastes, se eu toparia seguir assim.
Dei um leve sorriso, com olhos brilhando balancei a cabeça, e disse sim.
O sol apareceu, e iluminou o caminho, tão longo que eu não enxergava o fim.  Naquele momento olhei para o céu, respirei fundo, e comecei a dar meus passos. Ainda não cheguei ao fim, nem sequer consigo enxergá-lo, as vezes é tão difícil, chego ate a cair, mas sempre que olho para o sol e vejo aquela luz, lembro do Teu sorriso. Ergo-me,  e volto a caminhar. As vezes vou correndo, as vezes exausto, mas nunca desistindo, e sempre Te sentindo em mim.
Não vou parar Senhor, pois sei que no final esperas por mim.

Hoje me recordei daquele dia em que Te encontrei Senhor...
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Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

...Eu sou do Meu Amado

e o meu Amado é Meu.



Há Senhor, dá-me palavras pra Te dizer,
pois diante de Tua grandeza eu não sei falar, eu não sei...
Há Senhor, meus versos são pobres pra Te adorar,
e meus gestos não podem expressar quão precioso És Tu Senhor.
Pois Tú És maior que todo louvor,
e tudo é pouco pra Te adorar.
E nem a mais bela canção é capaz de alcançar
o teu infinito amor.
Tu És mais que toda canção de louvor,
Soberano e Supremo Senhor,
quem pode Te alcançar.
Tu És mais que os acordes de uma canção,
e os versos do meu coração
não são capazes de louvar-Te como És,
Tu És mais.


E a imagem que veio até mim, na minha oração pessoal hoje de manhã, foi a de que quando estamos em adoração à Jesus , lá do céu, ele pula e dança de alegria! Sem mais...

Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

Não basta ver...

Lucas (9, 7-9)

Quinta-Feira, 23 de Setembro de 2010
São Pio de Pietrelcina


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Hero­des disse: “Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?” E procurava ver Jesus.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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Herodes queria "ver" Jesus e o viu, mas não teve fé, não acreditou. Não basta ver. É preciso crer! Quantas pessoas vêem obras de arte sobre Jesus Cristo, vêem espetáculos, lêem obras de grandes autores famosos e, até se comovem, mas não mudam de vida, não testemunham sua fé. A fé é fundamental. Sobretudo na realidade em que vivemos "Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem, peregrino neste mundo, sua morada: "Viremos a ele e viveremos nele" (Jo 14,23). Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28). Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: "de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida?" (Mc 8,36) (Evangelii Nuntiandi 8).

Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Ganhei um livro...



Sábado, foi meu aniversário, e dentre outras coisas eu ganhei um livro, "O anseio furioso de Deus", de Brennan Manning. Não concordo com algumas coisas que ele escreveu, mas também tem outras bem interessantes, dessas, postarei algumas aqui no Blog durante esses dias futuros.
Obs: Obrigado pelo livro Dedéu.
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... Catarina de Siena foi uma das três mulheres da tradição católica homenageada com o título de doutora em teologia por causa de sua santidade e em virtude da profundidade de seus escritos sobre a vida espiritual. Ela orava:

Quando então, Pai eterno, criaste essas tuas
criaturas? [...] Mostras-me que nos fizeste com
um só fim: em tua luz te viste compelido pelo fogo
de teu amor a dar-nos vida apesar do mal que
queríamos cometer contra Ti, Pai eterno. Foi fogo, então,
que te compeliu. Ó amor inefável,
ainda que contemplasses todos
os males que tuas criaturas cometeriam
contra tua bondade infinita, agiste como
se não tivesses enxergado e fixaste o teu olhar
somente na beleza da tua criatura, por quem te
havias apaixonado como alguém embriagado e louco
de amor. [...] És o fogo, nada senão um
fogo de amor, enlouquecido com o que criaste.

pág. 46,47.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Árvore generosa



"Era uma vez uma árvore [...] e ela amava um menininho". E assim começa a história de uma árvore que é feliz porque pode fazer o menino feliz. A princípio o menino não deseja nada mais que empoleirar-se em seus galhos, comer suas maçãs e deitar a sua sombra.
Mas à medida que o menino cresce, com ele seus desejos crescem. Mas, graças ao amor da árvore, ela lhe dá as maçãs para que ele as venda e consiga dinheiro para divertir-se de fato; os galhos, para edificar uma casa para sua mulher e família; e o tronco, para construir um barco e assim navegar para longe do tédio da vida.
Um dia então, o pródigo retorna à árvore que o ama. Por agora, já lhe deu tudo; tudo que resta dela é um velho toco. O menino, agora um velho, precisa somente de um lugar sossegado para se sentar e descançar. E a árvore generosa é-lhe generosa mais uma vez.

Faz me lembrar de Jesus, de quem Paulo escreveu aos Felipenses: "esvaziou-se a si mesmo". Ele bradou do fundo de seu coração, pregos nas mãos, e verteu seu sangue para que crêssemos em seu amor por nós. De modo significativo, Jesus escolheu a árvore generosa, sua cruz, como sinal a demonstrar seu amor absolutamente furioso pelos homens e mulheres. Nas palavras de um dos pais da igreja primitiva: "o ato mais poderoso de amor que jamais brotou de uma alma humana".



Brennan Manning, O anseio furioso de Deus, pág: 95 e 96.
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Neto Quirino
Paz & Bem á todos!

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?

Arquivado em: Biblia — Prof. Felipe Aquino at 9:04 pm on sexta-feira, outubro 5, 2007

A bíblia protestante tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores,  rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14.A razão disso vem de longe.
No ano 100 da era cristã os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definirem a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começava a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os Judeus não aceitaram.Nesse Sínodo os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte: (1) deveria ter sido escrito na Terra Santa;

(2) escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;

(3) escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);

(4) sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.
Esses critérios eram nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados antes.
Acontece que em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma forte colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. Os judeus de Alexandria, através de 70 sábios judeus, traduziram os livros sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu assim a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta. E essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram.
Havia então no início do Cristianismo duas Bíblias judaicas: uma da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados
em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico.

O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos  cristãos.
Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos. Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9;  Rom 13,1 a  Sb 6,3;  Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11;  Mt 11,29s a Eclo 51,23-30;  Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42;  Ap 8,2 a Tb 12,15.
Nos séculos II a IV houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Finalmente a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros.
Por outro lado, é importante saber também que muitos outros livros que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute.
Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.
Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do 2 Macabeus; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.
Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo.
Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel.
Sabemos que é o Espírito Santo quem guia a Igreja e fez com que na hesitação dos séculos II a IV a Igreja optasse pela Bíblia completa, a versão dos Setenta de Alexandria, o que vale até hoje para nós católicos.
Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.
Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas  e  se fazem sem cessar, atuantes. Assim o Deus  que outrora  falou, mantém um permanente  diálogo com  a  Esposa  de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fiéis à verdade toda e faz habitar neles copiosamente a Palavra de Cristo” (DV,8).
Por fim, é preciso compreender que a Bíblia não define, ela mesma, o seu catálogo; isto é, não há um livro da Bíblia que diga qual é o Índice dela. Assim, este só pôde ter sido feito pela Tradição  Apostólica oral que de geração em geração chegou até nós.
Se negarmos o valor indispensável da Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia.
Prof. Felipe Aquino – http://www.cleofas.com.br/

http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2007/10/05/por-que-a-biblia-catolica-e-diferente-da-protestante/

Jesus transforma e inclui o pecador




Evangelho (Mateus 9, 9-13)

Terça-Feira, 21 de Setembro de 2010
São Mateus, Apóstolo

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 9Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus. 10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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O que diz o texto do dia?

Jesus não só perdoa os pecados, mas transforma o pecador. Mateus, de explorador transformou-se em discípulo. Sendo chamado, Mateus prontamente se levanta e "foi com ele". Poderia não ter respondido e ficado como cobrador de impostos. O chamado que Jesus faz a Mateus o transfere da escravidão do dinheiro à liberdade do seguimento. Os fariseus se incomodam porque Jesus vai com seus discípulos jantar na casa de Mateus. À pergunta dos fariseus, Jesus responde dizendo que são os doentes que precisam de médico, não os que têm saúde. Por isso ele vai ao encontro dos pecadores. Bem diferente daqueles que censuravam e condenavam os pecadores. Mateus passa a integrar a equipe dos apóstolos de Jesus.

O que o texto diz para mim, hoje?
 
A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela "nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão". Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa. Jesus passa também por mim. Como respondo aos seus convites? O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo?

Oração:
 
Rezo com a canção do padre Zezinho, scj

Quando Jesus passar
Quando Jesus passar,
Quando Jesus passar,
Quando Jesus passar,
eu quero estar no meu lugar.
No meu telônio ou jogando a rede
sob a figueira ou a caminhar
buscando agua para minha sede,
querendo ver meu Senhor passar.
No meu trabalho e na minha casa,
no meu estudo e no meu lazer,
No compromisso e no meu descanso,
no meu direito e no meu dever.
Nos meus projetos olhando em frente,
no meu sucesso e na decepção
no sofrimento que fere a gente,
sonhando o sonho de um mundo irmão
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.
Bênção:

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
 
São Mateus
 
21 de Setembro
São Mateus A Igreja celebra hoje, de forma especial, a vida de São Mateus apóstolo e evangelista, cujo nome antes da conversão era Levi. Morava e trabalhava como coletor de impostos em Cafarnaum, na Palestina. Quando ouviu a Palavra de Jesus: "Segue-me" deixou tudo imediatamente, pondo de lado a vida ligada ao dinheiro e ao poder para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã!

Mateus era um rico coletor de impostos e respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Encontramos no Evangelho de São Lucas a pessoa de Mateus que prepara e convida o Mestre para a grande festa de despedida em sua casa. Assim, uma numerosa multidão de publicanos e outros tantos condenados aos olhos do povo, sentaram-se à mesa com ele e com Àquele que veio, não para os sãos, mas sim para os doentes; não para os justos, mas para os pecadores. Chamando-os à conversão e à vida nova.

Por isso tocado pela misericórdia Daquele a quem olhou e amou, no silêncio e com discrição, livrou-se do dinheiro fazendo o bem.

É no Evangelho de Mateus que contemplamos mais amplamente trechos referentes ao uso do dinheiro, tais como:
"Não ajunteis para vós, tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destroem." e ainda:"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro."

Com Judas, porém, ficou o encargo de "caixa" da pequena comunidade apostólica que Jesus formava com os seus. Mateus deixa todo seu dinheiro para seguir a Jesus, e Judas, ao contrário, trai Jesus por trinta moedas!

Este apóstolo a quem festejamos hoje com toda a Igreja, cujo significado do nome é Dom de Deus, ficou conhecido no Cristianismo nem tanto pela sua obra missionária no Oriente, mas sim pelo Evangelho que guiado pelo carisma extraordinário da inspiração pôde escrever, entre 80-90 na Síria e Palestina, grande parte da vida e ensinamentos de Jesus. Celebramos também seu martírio que acabou fechando com a palma da vitória o testemunho deste apóstolo, santo e evangelista.

São Mateus, rogai por nós!
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Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

http://arrasteumacadeiraesente.blogspot.com/2010/09/blog-post_20.html

(...)E só depois daquela carta eu pude vê-los. Vê-los assim, despidos da carne. Vê-los na alma. Na Essência. Decerto que já havia os visto antes porque são, de longe [e também de perto], bem perceptíveis, do tipo que fazem os menores olhos se dilatarem para tentar (inutilmente) abarcar o brilho que possuem.
O que não via antes era o que havia dentro - Guardado, encerrado, escondido, privado - como tudo aquilo que guardamos nos esconderijos mais profundos do coração. Como uma jóia, das mais raras e valiosas, daquelas que não se pode expor de qualquer forma para que a sujeira do mundo não a ofusque. Depois daquela carta foi assim que os vi.
Talvez tivesse quisto vê-los antes. E, acreditem, eu verdadeiramente quis, mas não consegui porque a luz era tanta que fazia com que outros tantos olhos, janelas de tantas outras almas – mais hábeis e livres – chegassem antes dos meus.
No entanto, depois daquela carta eu os vi. E não somente os vi. Depois daquela carta os toquei, mas não somente os toquei, eu os senti, mas não somente os senti – eu os vivi. E essa, sim, foi a maior e melhor de todas as conseqüências.
Vivê-los nas partilhas das experiências gozosas e dolorosas; e nelas fazer sabê-los de minhas fraquezas e poder senti-los como apoio firme no qual eu podia me sustentar;
Vivê-los nas conversas sobre as camas desforradas, nos sorrisos tímidos e nas risadas espalhadas;
Senti-los perto, recostados nos altares, amparados para que as almas não se afogassem tantas águas que rolaram quando as decisões foram difíceis;
Senti-los longe – isso também foi/é (não sei!) muito bom, porque experimento da saudade, desse amor que fica quando tudo já se foi.
E tudo por causa daquela carta. Aquilo foi a chave que girou na maçaneta enferrujada, deixando de lado todo medo e timidez e abrindo, assim, de maneira escancarada – sutilmente escancarada – as portas de uma amizade livre e sem rodeios, irrompendo em mim esse deserto de almas e fazendo escorrer pela fresta que se abria a luz de uma vida mais clara, tenra e feliz.
Estar com eles é doce. Porque estar com eles me dá a nítida sensação de que serei feliz para sempre. E sou!

Para o Príncipe e a Princesa do Reino do Entojo – Neto e Lih
Com uma medida de amor e duas medidas de saudade.

Somos luz transmissores da grande luz



Evangelho (Lucas 8, 16-18)

Segunda-Feira, 20 de Setembro de 2010
Ss. André Kim T., Paulo Chong, Comps. Mts.


— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 16“ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. 17Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá torna-se conhecido e claramente manifesto. 18Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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Leitura Orante:

Creio, meu Deus, que estou diante de ti. Que me vês e escutas as minhas orações. Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. Tu me deste tudo: eu te agradeço. Foste tão ofendido por mim: eu te peço perdão de todo o coração. Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças que sabes serem necessárias para mim. Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
O que a Palavra diz?
 
Invco a Santíssima Trindade com breve oração: Trindade Santíssima - Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser, eu vos adoro, amo e agradeço.

Neste texto aparecem os verbos: "acender", "ver", "colocar". São relacionados à lamparina. A Palavra de Deus, é uma lamparina que, antes de iluminar o caminho por onde vamos, ilumina-nos por dentro, ilumina a nossa consciência para que possamos conhecer, discernir a vontade de Deus. Nossa missão na Igreja é de ser luz.

O que a Palavra diz para mim?
Os fiéis leigos são "os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Eles realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo". São "homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja".
Atualizo a Palavra, ligando-a à minha vida. Também nós somos luz. Somos filhos da luz, comunicadores da luz de Deus e agimos agora em colaboração com Deus para levar esta mesma luz a outros. Não podemos esconder nossa luz "debaixo da cama ou da mesa". O bem-aventurado Alberione entendeu muito bem esta missão, quando em oração diante do Santíssimo Sacramento, ouviu: "Daqui quero iluminar. Eu estou com vocês". Na Eucaristia está a nossa fonte de luz. Noutro momento, Alberione, ouviu: "Dou-lhes a minha luz. E me servirei de vocês para iluminar".

Oração:
Rezo, com a canção do Padre Zezinho, scj:
Jesus é luz, brilhante luz do céu.
Jesus é paz, inquieta e doce paz de Deus.
Jesus é Deus. Quem vê a vida iluminado pela luz que é Jesus,
não anda em trevas, tropeça menos, também se torna luz.
Por isso eu pus a minha luz na luz imensa de Jesus.
Por isso eu pus a minha paz na paz imensa de Jesus,
e depois disso eu já não temerei, não temerei
não temerei a escuridão, a escuridão. Jesus é minha luz.

Qual o novo olhar que a Palavra despertou em mim?

Cristo diz: "Eu sou a luz do mundo"( Jo 8,12) e
"Vocês são a luz do mundo". (Mt 5,14). Passarei o dia vendo com a luz de Deus, as pessoas, a família, o trabalho, os estudos, todas situações, o mundo, e sobretudo as pessoas com as quais me relaciono mais de perto.
Bênção:

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Santo André Kim e companheiros Mártires
 
20 de Setembro

Santo André Kim e companheiros mártires Tornamos célebre neste dia o testemunho dos 103 mártires coreanos que foram canonizados pelo Papa João Paulo II, na sua visita a Seul em maio de 1984.

Tudo começou no Século XVII, com o interesse pelo Cristianismo por parte de um grupo de letrados que ao lerem o livro do missionário Mateus Ricci com o título "O verdadeiro sentido de Deus", tiveram a iniciativa de encarregar o filho do embaixador coreano na China, na busca das riquezas de Jesus Cristo. Yi Sung-Hun dirigiu-se ao Bispo de Pequim que o catequizou e batizou, entrando por aí a Boa Nova na Coréia, ou seja, por meio de um jovem e ousado leigo cristão que, com amigos, fundaram uma primeira comunidade cristã.

Com a eficácia do Espírito, começaram a evangelizar de aldeia em aldeia ao ponto de somarem, em dez anos, dez mil testemunhas da presença do Ressuscitado.

Várias vezes solicitaram do Bispo de Pequim o envio de sacerdotes, a fim de organizarem a Igreja. Roma, porém, era de difícil acesso e o Papa sofria com a prepotência de Napoleão, resultado: somente a Igreja pôde socorrer aos cristãos coreanos, trinta anos depois, quando os cristãos coreanos tinham sido martirizados aos milhares, juntamente com os 103 mártires, dentre estes: André Kim, o primeiro padre coreano morto em 1845; dez clérigos e 92 leigos.

Alguns testemunhos ficaram gravados, e dentre tantos: "Dado que o Senhor do céu é o Pai de toda a humanidade e o Senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para o trair? Se neste mundo aquele que trair o pai ou a mãe não é perdoado, com maior razão, não posso nunca, trair aquele que é o Pai de todos nós!" (Teresa Kwon).

Os primeiros mártires coreanos escreveram, com sangue, as primeiras páginas da história na Igreja da própria pátria. Na data da canonização, bicentenária do início da evangelização da Coréia, esta nação contava com 1.4000.000 católicos, 14 Dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas, atestando mais uma vez a frase de Tertuliano:

"O sangue dos mártires é sangue de novos cristãos!"

Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!
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Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

domingo, 19 de setembro de 2010

Ontem...

Ontem...
Ontem eu acordei...
Ontem foi o meu aniversário...
Ontem eu acordei cedo...
Ontem eu esperei a visita de Dédeu, que chegaria de 9 horas, mas acabou chegando às 11...
Ontem eu encontrei ele...
Ontem eu levei ele para a minha casa...
Ontem eu fui comprar refrigerante com ele...
Ontem nós almoçamos...
Ontem nós conversamos...
Ontem ele foi tomar banho e eu esperei...
Ontem ele saio do banho e eu fui tomar o meu...
Ontem nós saímos de casa...
Ontem nós passamos na farmácia para comprar "respire melhor"...
Ontem eu desconfiei que estava sendo enrrolado...
Ontem meu amor ligou e falou que estava no salão...
Ontem fui no Santuário com Dedéu...
Ontem tomei sorvete expresso com ele...
Ontem no final do sorvete me melei todo...
Ontem encontrei Bitinho, Josinaldo, Pe. Sérgio...
Ontem encontrei com Geane que também estava comemorando o mesmo que eu...
Ontem fiquei sem saber para onde levar Dédeu...
Ontem decidi voltar para casa...
Ontem antes de ir para casa Rogério me ligou...
Ontem encontrei Rogério e Jeferson em frente a Câmara Municipal...
Ontem conversamos, esperando meu amor, que já estava em casa...
Ontem fomos para casa do meu amor...
Ontem ela me falou que ainda iria voltar pasa o salão...
Ontem, não sei como, existiu uma mulher com um cabelo abençoado...
Ontem meus amigos me chamaram para ir ali...
Ontem caminhamos pela pista...
Ontem chegamos na casa de Rafa...
Ontem conversamos lá...
Ontem saímos de lá...
Ontem voltamos para casa...
Ontem jantei com Dedéu...
Ontem mandei ele ir tomar banho logo...
Ontem depois que ele saiu, fui tomar o meu...
Ontem nos arrumamos...
Ontem saímos com meus pais para buscar meu amor...
Ontem chegamos na casa do meu amor...
Ontem saímos para a Crux Sacra...
Ontem chegamos na Crux Sacra...
Ontem minha mãe deixou minha subrinha comigo...
Ontem ouvi músicas ao vivo...
Ontem meus amigos foram para casa,(ao menos eu imaginava isso)...
Ontem Babá demorava séculos para ir me buscar...
Ontem meu pai chegou na Crux...
Ontem fui deixar meu amor na casa dela...
Ontem quando fui deixar ela fui surpreendido...
Ontem vi que meus amigos não haviam ido para casa deles...
Ontem meus amigos cantaram parabéns para mim...
Ontem ouvi mensagens deles...
Ontem comemos e bebemos...
Ontem jogamos conversas fora...
Ontem sorrimos bastante!...
Ontem eles começaram a ir embora...
Ontem ficou só eu e meu amor...
Ontem agradeci a ela pela surpressa...
Ontem a beijei...
Ontem falei que a amava muito...
Ontem já era hoje...
Hoje Babá chegou...
Hoje dei boa noite para meu amor...
Hoje vim para minha casa...
Hoje dei um travesseiro, um carregador e um lençol para Dédeu...
Hoje rezei a Liturgia das horas com ele...
Hoje partilhei algumas coisas...
Hoje dormi...
Hoje acordei...
Hoje... Hoje ainda estou vivendo...

sábado, 18 de setembro de 2010

Boas sementes, bons terrenos, bons frutos



Evangelho (Lucas 8, 4-15)

Sábado, 18 de Setembro de 2010
24ª Semana Comum - São José de Cupertino
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 4reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola:5“O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um”. Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça”.9Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. 10Jesus respondeu:“A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam. 11A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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O que diz o texto do dia? 

Jesus explica a parábola do semeador aos discípulos. O centro da parábola contada por Jesus é "pôr em prática a palavra ouvida". O terreno simboliza o coração da pessoa, que pode ser pedregoso, espinhoso, exposto ou bom, conforme esteja sufocado pelas más inclinações, pelas preocupações, ambições, sofrimentos, ilusões. Este terreno pode também estar livre e pronto para acolher a semente da Palavra e produzir frutos.

O que o texto diz para mim, hoje?

Os esforços pastorais orientados para o encontro com Jesus Cristo vivo deram e continuam dando frutos. Entre outros, destacamos os seguintes: a) Devido a animação bíblica da pastoral, aumenta o conhecimento da Palavra de Deus e do amor por ela. Graças à assimilação do Magistério da Igreja e a uma melhor formação de generosos catequistas, a renovação da Catequese tem produzido fecundos resultados em todo o Continente, chegando inclusive a países da América do Norte, Europa e Ásia. b) A renovação litúrgica acentuou a dimensão celebrativa e festiva da fé cristã centrada no mistério pascal de Cristo Salvador, em particular na Eucaristia.

Oração:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai. Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo! Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, porque és o único caminho para o Pai. Faze-nos crescer no teu amor, para que sejamos, como o apóstolo Paulo, testemunhas vivas do teu Evangelho. Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração. Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós. Amém.
 
São José  de Cupertino
18 de Setembro

São José de Cupertino O santo de hoje nasceu num estábulo, a exemplo de Jesus, em Cupertino, no reino de Nápoles, a 17 de junho de 1603. Filho de pais pobres, tornou-se um pobre que enriqueceu a Igreja com sua santidade de vida. José quando menino era a tal ponto limitado na inteligência que pouco aprendia e apresentava dificuldades nos trabalhos manuais, porém, de maneira extraordinária progrediu no campo da oração e da caridade.

São José foi despedido de dois conventos franciscanos por não conseguir corresponder aos ofícios e serviços comuns. Ele, porém, não desistia de recomendar sua causa a Santíssima Virgem, pela qual tinha sido anteriormente curado de uma grave e misteriosa enfermidade.
O poder da oração levou São José de Cupertino para o convento franciscano e ao sacerdócio, precisando para isso que a Graça suprisse as falhas da natureza. Desde então, manifestavam-se nele, fenômenos místicos acompanhados de curas milagrosas, que o tornou conhecido e procurado em toda a região. Dentre os acontecimentos espirituais o que muito se destacou foi o êxtase, que consiste naquele estado de elevação da alma ao plano sobrenatural, onde a pessoa fica momentaneamente desapegada dos sentidos e entregue totalmente numa contemplação daquilo que é Divino. São José era tão sensível a esta realidade espiritual, que isto acontecia durante a Santa Missa, quando rezava com os Salmos e em outros momentos escolhidos por Deus; somente num dos conventos onde viveu 17 anos, seus irmãos presenciaram cerca de 70 êxtases do santo.
A fama das curas milagrosas se alastrava como uma epidemia, exaltando a imaginação popular, e obrigando o Frei José, a ser transferido de convento para convento. Mas, os fenômenos se repetiam e o povo lhe tirava todo o sossego. Como na vida da maioria dos santos não faltaram línguas caluniosas que, interpretando mal esta popularidade atribuiu-lhe poderes demoníacos aos seus milagres e êxtases, ao ponto de denunciarem o santo Frei ao Tribunal da Inquisição de Nápoles. O processo terminou reconhecendo a inocência do religioso, impondo-lhe, porém, a reclusão obrigatória e a transferência para conventos afastados.
Depois de sofrer muito e de diversas maneiras, predisse o lugar e o tempo de sua morte, que aconteceu em 18 de setembro de 1663, contando com sessenta anos de humilde testemunho e docilidade aos Carismas do Espírito Santo. Foi beatificado por Bento XIV em 1753 e canonizado por Clemente XIII em 1767.

São José de Cupertino, rogai por nós!
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Neto Quirino
Paz & Bem à todos!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Discípulas e Missionárias de Jesus


Evangelho (Lucas 8, 1-3)
 
Sexta Feira, 17 de Setembro de 2010
24ª Semana Comum - São Roberto Belarmino
 
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; 2e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
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O que diz o texto do dia?

No grupo de seguidores de Jesus estavam também algumas mulheres, contra o costume dos rabinos da época. Madalena, agradecida pela libertação recebida de Jesus, outras simpatizantes que prestavam auxílio. A tradição conservou seus nomes: Joana, Susana e, muitas outras que com seus recursos ajudavam Jesus e seus discípulos. Não eram pessoas pobres e é admirável terem colocado a si mesmas e seus recursos a serviço do Reino. Demonstra também a superação do preconceito e da condição de inferioridade das mulheres. Eram discípulas e missionárias de Jesus.

O que o texto diz para mim, hoje?

O que o texto me diz no momento? Falam da dignidade humana da mulher, a antropologia cristã ressalta a igual identidade entre homem e mulher em razão de terem sido criados a imagem e semelhança de Deus. O mistério da Trindade nos convida a viver uma comunidade de iguais na diferença. Em uma época marcada pelo machismo, a prática de Jesus foi decisiva para significar a dignidade da mulher e de seu valor indiscutível: falou com elas (cf Jo 4,27), teve singular misericórdia com as pecadoras (cf. Lc 7,36-50; Jo 8,11), curou-as (cf. Mc 5,25-34), reivindicou sua dignidade (cf Jo 8,1-11), escolheu-as como primeiras testemunhas de sua ressurreição (cf. Mt 28,9-10) e incorporou-as ao grupo de pessoas que lhe eram mais próximas (cf. Lc 8,1-3). A figura de Maria, discípula por excelência entre discípulos, é fundamental na recuperação da identidade da mulher e de seu valor na Igreja. O canto do Magnificat mostra Maria como mulher capaz de se comprometer com sua realidade e de ter uma voz profética diante dela.Sou uma pessoa preconceituosa em relação à presença da mulher na Igreja? Minha vida reflete a atitude de Jesus em relação à presença das mulheres na evangelização?

Oração:
Rezo com o canto do Padre Zezinho, scj:
MULHER IGREJA
1- Eu te vejo tão jovem, tão cheia de vida tão mulher como as outras mulheres da terra
Mas em ti qualquer coisa desperta atenção: Deste a Deus o teu coração ( bis)
Igual Maria, igual a Marta, igual a Clara, igual Tereza;
Igual Tereza, igual Clara, Igual Maria Mãe de Jesus!
2- Eu te vejo ta frágil, tão forte de graça, Tão mulher como as outras mulheres da terra;
Mas o mundo te olha sem compreender, Deste a Deus teu corpo e teu ser. (bis)
3- Eu não sei quem tu és, nem recordo o teu nome, És mulher, és irmã, és amor, és Igreja.
E se em ti qualquer coisa desperta atenção, seja Deus em teu coração (bis)
4- Eu queria pedir neste canto que eu canto pra lembra que tu és feminino da Igreja.
Por favor não te canses de tal decisão: Fique em Deus o teu coração. (bis)
(CD Quietude, Pe. Zezinho,scj)
Contemplação (Vida e Missão):

Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir o preconceito e o sentimento de inferioridade em relação à mulher. Vou demonstrar pela vida que o amor de Deus se revela no amor ao próximo.

Bênção:

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém

São Roberto Belarmino
17 de Setembro


São Roberto Belarmino Celebramos o grande santo jesuíta, Belarmino, que nasceu em Montepulciano, no centro da Itália, em 1542. Querido pelos pais e de muitas qualidades, era irmão de cinco religiosos, dentre os doze, que enriqueciam a família dos dedicados pais.

Quando os padres da Companhia de Jesus abriram um colégio em Montepulciano, Roberto foi um dos primeiros alunos na matrícula e no desempenho. O contato com os padres fez com que o jovem mudasse sua primeira idéia de ser médico, para inclinar-se em favor da vida religiosa jesuíta.

Depois de conseguir a permissão do pai, que ao contrário da mãe, apresentava uma certa resistência frente a opção do amável filho, Belarmino com 18 anos, iniciou e concluiu de maneira brilhante sua formação religiosa e seus estudos de filosofia e teologia, tanto que antes de ser ordenado sacerdote foi enviado como professor e pregador em Lovaina, na Bélgica, onde ficou dez anos.

Teve importante papel na aplicação do Concílio de Trento, já que ajudou na formação apologética dos teólogos e pregadores responsáveis na defesa da fé. Neste sentido Roberto, muito contribuiu ao escrever sua obra de nome "Controvérsia" e o livro chamado "Catecismo". Em sua obra "Controvérsias", Belarmino explana os seus três grandes amores. Trata da Palavra de Deus, de Cristo cabeça da Igreja e do Sumo Pontífice.

Era também diretor espiritual do Colégio Romano, tendo sob sua responsabilidade a formação ascética dos alunos que muito o respeitavam e admiravam. O Papa Clemente VIII o elevou a cardeal com esta motivação:

"Nós o escolhemos porque não há na Igreja de Deus outro que possa equiparar-se ele em ciência e sabedoria".

Quando ficou muito doente em setembro de 1621, os confrades foram testemunhas do último diálogo dele com Deus: "Ó meu Deus, dai à minha alma, asas de pomba, para que possa voar para junto de vós". Morreu no dia 17 do mesmo mês, e pelos seus escritos recebeu o título de Doutor da Igreja.


São Roberto Belarmino, rogai por nós!
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Neto Quirnino
Paz & Bem à todos!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Os erros da Bíblia - Edição Pastoral

OS ERROS DA BIBLIA - EDIÇÃO PASTORAL

Arquivado em: Biblia — Prof. Felipe Aquino at 1:33 pm on quarta-feira, dezembro 2, 2009
 

POR: D. Estevão Bettencourt, osb.

Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

Nº 342 – Ano 1990 – Pág. 514


BÍBLIA SAGRADA. EDIÇÃO PASTORAL


Em síntese: A “Bíblia. Edição Pastoral”, em tradução e notas de Ivo Storniolo e Euclides Balancin, não preenche a finalidade que se propõe. Inspirada por ideologia marxista, deturpa as concepções da história sagrada e da teologia; a leitura materialista aplicada ao texto sagrado torna a mensagem imanentista, fazendo-a perder o seu caráter transcendental. O Vocabulário do fim do volume e as notas de rodapé dão as chaves de interpretação dos livros bíblicos; a própria tradução portuguesa, num ou noutro ponto, deturpa o sentido do texto sagrado. Em conseqüência, deve-se lamentar a difusão de tal obra nos ambientes eclesiásticos do Brasil. A Pastoral não significa incitamento à luta de classes e às divisões entre os homens.

As Edições Paulinas publicaram uma nova tradução da Bíblia dita “Pastoral” (BP), acompanhada de notas de rodapé e Vocabulário, que vêm suscitando perplexidade: há os que defendem tal edição, devida a Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin, como sendo “o livro ideal” (ver “Jornal de Opinião”, 1-7/7/90, p. 3). Mas há também os que a impugnam com argumentos sérios, mostrando graves falhas na inspiração básica e na confecção de tal tarefa. O assunto já foi abordado em PR 337/1990, pp. 285s. Voltamos ao problema, aduzindo novas observações, provenientes, em grande parte, de D. João Evangelista Martins Terra S. J., Bispo  Auxiliar de Olinda-Recife, Membro da Equipe Teológica do CELAM e da Pontifícia Comissão Bíblica.

1.    Três observações básicas

A tradução do texto bíblico da Edição Pastoral é aceitável com algumas ressalvas, que indicaremos à p. 523s deste artigo. Todavia, as notas de pé de página e o Vocabulário, encontrado às pp. 1616-23, pretendendo dar a chave de leitura e interpretação da Bíblia, são alheios à Tradição bíblica judeo-cristã e distorcem a mensagem sagrada para o setor da ideologia sócio-político-econômica. Sem o perceber, o leitor desprevenido vai absorvendo uma concepção filosófica não cristã sob a capa de Palavra de Deus. Isto se depreende facilmente desde que se dê um pouco de atenção ao Vocabulário dessa Edição.

1.1.        O elenco do Vocabulário

Eis os principais verbetes que interessam aos estudos e ao linguajar bíblicos ou os principais vocábulos da mensagem bíblica tomada como tal: Aarão, Abel, Abraão, Ação de graças, Adão, Adoração, Adultério, Água, Alma, Anjo…

Bem diferentes são os verbetes do Léxico da Edição Pastoral dispostos segundo a ordem alfabética: Aliança, Alienação, Amor, Autoridade, Auto-suficiência, Campo, Celebração, Cidade, Comércio, Compaixão, Comunidade, Conflito, Consciência, Conversão, Corrupção, Dinheiro, Direito, Discernimento, Dominação, Educação, Encarnação, Escravidão, Esperança, Exploração, Fé, Fraternidade, Gratidão, Herança, História, Idolatria, Injustiça, Integridade, Javé, Jesus, Julgamento, Justiça, Lei, Liberdade, Libertação, Liderança, Lucro, Memória,… Poder,…Produção, Projeto de Deus, Prosperidade,… Repressão,… Riqueza, Roubo, Tributo,… Violência… Estes vocábulos têm sua repercussão nas notas de rodapé, inspirando uma doutrina que já não é bíblica, mas preponderantemente marxista. Os próprios vocábulos tipicamente bíblicos que ocorrem no Léxico Pastoral, são esvaziados de seu conteúdo próprio e característico para assumir significação ideológica. Assim, por exemplo:

Aliança: É o centro da Bíblia. Deus se alia com os pobres e oprimidos para construir uma sociedade e uma história voltadas para a vida”.

Ora é de notar que a Aliança de Deus com os homens não começa na época dos pobres e oprimidos, mas é universal ou destinada a todos desde o início; o segundo Adão, Jesus Cristo, Mediador da nova e definitiva Aliança, tem sua imagem ou seu esboço no primeiro Adão, pai de toda a humanidade, conforme Rm 5, 14; é com os primeiros pais que Deus trava a primeira Aliança, voltada para todos os homens, conforme Eclo 17, 10.

Amor: Mistério de Deus e do homem. Gera a relação de onde brotam a liberdade e a vida”.

Celebração: Reunião  do povo para comemorar os fatos centrais da vida e conservar a lembrança dos acontecimentos que marcaram a caminhada do povo”.

Este conceito se aplica às celebrações cívicas, não, porém, às celebrações litúrgicas, nas quais se torna presente e atuante a Páscoa (morte e Ressurreição) de Jesus Cristo para fazer que os homens participem da obra da Redenção.

Esperança: Dinamismo que mantém o povo aberto para realizar plenamente o projeto de Deus. A esperança leva o povo a buscar transformações econômicas, políticas, sociais e religiosas”.

Silencia-se o objeto supremo da esperança cristã, que é a vida eterna com a visão de Deus face-à-face.

Fraternidade: … Relação igualitária, onde todos, como irmãos, podem participar das decisões que constroem a sociedade, e juntos usufruir dos bens que cada um produz”.

Javé: É o misterioso Deus vivo que se manifesta respondendo ao clamor dos pobres e oprimidos para os libertar dos exploradores e opressores. Ele é a fonte e a meta da liberdade e da vida. Por isto é aliado daqueles que buscam  liberdade e vida, opondo-se a todas as pessoas e estruturas que produzem escravidão e morte”.

Justiça: Realização do projeto de Deus. A justiça se concretiza na partilha e na fraternidade, dirigindo-se a sociedade para a solidariedade e a paz. Exige, para todos, a distribuição igualitária dos bens e a possibilidade de participar das decisões que regem a vida e a história do povo. Na Bíblia a justiça é eminentemente partidária, visando a defender a causa dos indefesos”.

Como se vê, os conceitos bíblicos são todos analisados em chave sócio-política, que supõe a luta de classes na sociedade.

Duas noções  merecem especial atenção.

1.2.        A Revelação

Eis como a apresenta o Vocabulário:

Revelação: Manifestação de Deus através das realidades da vida e dos acontecimentos da história. Mostra o caminho que o povo deve seguir. Exige a atenção do homem, pois Deus está continuamente se revelando”.

O conceito de Revelação que até hoje se prolonga, é ambíguo. A fé católica distingue:

1) A Revelação de Deus normativa que manifesta  o desígnio de Deus e os meios de salvação; encerra-se com Jesus Cristo, como diz a própria S. Escritura: “Outrora muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos pais  pelos Profetas. No período final, em que estamos, falou-nos por meio do Filho” (Hb 1,1s).

2) Após Jesus Cristo, não há Revelação normativa; Deus proporciona “os sinais dos tempos” que reavivam no homem a consciência das verdades da fé, mas  nada acrescentam de novo; estamos nos últimos tempos relativamente à doutrina (cf. 1Jo 2, 18).

O Papa Pio X condenou explicitamente a proposição modernista que dizia:

“A Revelação que constitui o objeto da fé católica, não se encerrou com os Apóstolos” (Denzinger-Schönmetzer, Enchiridion n.º 3421 [2021]).

O Concílio do Vaticano II reafirmou a clássica doutrina:

“Jesus  Cristo aperfeiçoa e completa a Revelação e a confirma com o testemunho divino de que Deus está conosco… A economia cristã, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e não há que esperar nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 1Tm 6,14 e Tt 2,13)”  (Const. Dei Verbum n.º 4).

Vê-se pois, que o Vocabulário da Bíblia Pastoral está longe do genuíno pensamento católico.

1.3.        Projeto de Deus

Todo o Vocabulário e as notas de rodapé são perpassadas pela noção de projeto de  Deus, que dá o sentido aos demais verbetes. Ocorre mais de seiscentas vezes na Edição Pastoral, e até mesmo cinco ou seis vezes na mesma frase.

Ora “projeto de Deus” no contexto dessa obra não é uma noção teológica; não significa nem Providência nem desígnio de Deus, mas, sim, algo de tipicamente marxista, como se depreende a seguir:

Projeto de Deus: Aliando-se aos que são marginalizados pelo sistema injusto. Deus entra na história com novo caminho: promover a liberdade e a vida para todos. Todavia esse projeto está sempre em conflito com o projeto das nações que alicerçam sua riqueza e poder sobre a escravidão e a morte do povo. A luta para manter vivo dentro da história o projeto de Deus é o ponto de honra do povo de Deus”.

Como dito, a expressão “projeto de Deus” entra na composição de muitos outros verbetes do Vocabulário como um chavão ideológico. Eis alguns espécimens:

Comércio: Atividade econômica fundamental da cidade, destinada… a gerar lucro, exploração e riqueza. No projeto de Deus, o comércio é superado pela partilha e gratuidade”.

Conflito: Choque entre grupos que têm objetivos e interesses diferentes. Na Bíblia, o principal conflito aparece entre o projeto de Deus para a vida e os projetos da auto-suficiência, que geram a morte”.

Consciência: Compreensão que o povo tem da realidade, a partir do projeto de Deus. Ela demitiza a ideologia da classe dominante, e cria discernimento para se construir uma sociedade fundada na justiça e na fraternidade”.

Educação: Relação entre gerações (pais-filhos), na qual se transmite a memória das lutas do povo, a fim de que a nova  geração aprenda com os erros e acertos de seus pais. Dessa forma, a nova geração poderá criar caminhos novos e alternativos para realizar o projeto de Deus na história. As tradições da Bíblia se conservaram graças a esse processo”.

Encarnação: Deus encarna-se na vida e na história humanas, mostrando o valor inestimável que elas têm diante dele. A coerência com a fé exige que nos encarnemos também para que o projeto de Deus transforme as estruturas políticas e econômicas, dirigindo a história para a liberdade e a vida”.

Propriedade: O direito de propriedade é sagrado, e o mundo deve ser igualitariamente distribuído entre todos. A acumulação de propriedade, formando latifúndios, e a especulação imobiliária são contrárias ao projeto de Deus”.

Ressurreição: Passagem da morte para a vida. Não se refere apenas à morte física, mas a todas as mortes geradas por projetos contrários ao projeto de Deus”.

Sociedade: Grupo humano que realiza um projeto em comum, organizado em nível econômico, político, social e ideológico. Nem sempre a sociedade vive o seu projeto de acordo com o projeto de Deus, que provoca transformações  profundas nas relações sociais”.

Estes poucos espécimens mostram que a mensagem bíblica é toda repensada e posta estritamente a serviço de transformações sócio-político-econômicas imanentes, sem que haja acenos à transcendência para a qual devem caminhar o homem e a história. A justiça e a reta ordem social neste mundo são germens do Reino de Deus, que só estará consumado no fim dos tempos ou no Além, jamais no decorrer da história. O materialismo marxista é que julga poder prometer a plena realização das aspirações dos homens no decurso da história mediante a redistribuição dos meios de produção material.

2.    A filosofia subjacente

Quem lê atentamente os verbetes do Vocabulário e as notas de rodapé da BP verifica que são devedores ao que se chama “a leitura materialista da Bíblia”. Esta não nega  Deus e os valores espirituais, mas julga que são “super-estrutura” ou derivados da “infra-estrutura” ou do jogo dos bens materiais no curso da história. Com outras palavras: supõe que os fatores decisivos da história sejam de ordem material (econômica) e política; a  procura de posse dos bens materiais e do poder moveria todos os acontecimentos da história e condicionaria a crença em Deus, o culto religioso e a definição das normas morais. Adotando teses do marxismo, os fautores da leitura materialista da Bíblia contrapõem entre si campo e cidade, como, aliás, fazem I. Storniolo e E. Balancin:

Campo: É o polo fundamental da produção  que sustenta a vida. É explorado pela cidade”.

Cidade: Lugar da riqueza e do poder, que se concentram na mão de poucos, produzindo conflitos, principalmente com o campo” (p. 1616).

Partindo destes conceitos, os autores das notas da BP comentam o texto bíblico de maneira artificial e deformante:

Assim, por exemplo, o livro do Gênesis refere que Lote se separou de Abraão, ficando aquele com as cidades, e este com os campos. A nota a Gn 13,1-18 diz então o seguinte: “Ló escolhe a região onde estão as cidades; assim ele entra no âmbito de uma estrutura que se sustenta graças à exploração e opressão do povo. Abraão, ao invés, fica aberto para uma história nova, fundada unicamente no projeto de Deus” (p. 26).

O comentário de Js 4,1-24 justifica a partilha da terra de Canaã pelos filhos de Israel nos seguintes termos:

“Antes da instalação de Israel, Canaã era um conjunto de cidades-Estado que oprimiam e empobreciam a população camponesa, através do sistema tributário. A conquista realizada por Israel derrotou esse sistema e implantou o sistema das  doze tribos…, visando construir uma sociedade justa e igualitária… A nova geração deve ser educada a não voltar para trás, reproduzindo o sistema social injusto” (p. 244).

Vejam-se as notas paralelas:

“Só existe verdadeira paz quando se erradica completamente o sistema injusto que explora e oprime o povo” (p. 253).

“A conquista da terra… destrói um sistema classista injusto” (p. 255).

“As  Cidades-Estado de Canaã justificavam a política opressora e exploradora dos seus reis” (p. 272).

“Sem poder mais explorar os camponeses e suas terras, tais cidades não conseguiram oferecer sacrifício… seus armazéns ficaram vazios por falta de trigo. Enquanto isso, os camponeses vitoriosos conseguiram livrar-se dos tributos e puderam gozar da fartura” (p. 274).

“Para uma volta ao projeto de Javé, é necessário romper… o sistema opressor das cidades” (p. 276).

A leitura materialista da Bíblia, julgando que as cidades se enriquecem mediante o tributo cobrado dos camponeses, afirma que os tempos religiosos vêm a ser centros econômicos e políticos nos quais se deposita o lucro resultante da exploração comercial e tributária. É por isto que na p. 1237 se lê em rodapé:

“No tempo de Jesus o templo (de Jerusalém) possui imensas riquezas e toda a cúpula governamental age a partir daí. Desse modo a casa de oração e ofertas a Deus se torna um imenso Banco e lugar de poder político. Em outras palavras, a religião se torna instrumento de exploração e opressão do povo”.

Desnecessário é dizer que esta descrição  fantástica do Templo no tempo de Jesus carece de toda base histórica. Esse Templo, devido ao rei Herodes, ainda estava em fase de acabamento na época de Jesus; as obras de  decoração demoravam por falta de recursos, como descreve pormenorizadamente o historiador judeu contemporâneo de Jesus, Flávio José (Antigüidades Judaicas 15, 380-425).

Pelos mesmos motivos é despropositado o comentário feito em rodapé a Mc 11,15 (expulsão dos vendilhões do Templo):

“Acusando e atacando o comércio existente dentro do Templo, Jesus retira as bases sobre as quais se apoiava toda uma sociedade. Com efeito, era com esse comércio que se sustentava grande parte da economia do país. O gesto de Jesus mexe não só com um modo de vida religiosa, mas com toda uma estrutura que usa a religião para estabelecer e assegurar privilégios de uma classe e sustentar uma visão mesquinha de salvação. Por isso, os que se favorecem desse sistema, pensam em matar Jesus, mas temem o povo” (p. 1298).

Este comentário fica longe da realidade histórica. O que ocorria no tempo de Jesus, era o seguinte: como em todos os santuários (ou mesmo como em todos os lugares onde se aglomera muita gente), no Templo de Jerusalém acorriam, nos dias  de festa, camelôs e vendedoras ambulantes que armavam suas bancas para vender alimentos, objetos para o culto (vítimas), lembranças ou para fazer o câmbio das moedas estrangeiras. Esses pequenos comerciantes prestavam serviço aos milhares de peregrinos que afluíam ao Templo nas grande solenidades; mas o acúmulo de gente, com suas necessidades, dava ocasião propícia à ganância e à exploração. Entende-se então que Jesus tenha reagido contra esses abusos; tal reação, porém, não teve, em absoluto, as proporções que a Bíblia Pastoral lhe atribui:

“Acusando e atacando o comércio existente no Templo, Jesus retira as bases sobre as quais toda uma sociedade se apoiava. De fato, era com esse comércio que se sustentava grande parte da economia do país. O gesto de Jesus abala não apenas um sistema de vida religiosa, mas toda  uma estrutura que usa da religião para estabelecer e assegurar privilégios de uma classe e para sustentar uma visão mesquinha de salvação. Jesus é apresentado como o rei legítimo, centro de nova aliança: ele… é aclamado pelas crianças como o Messias. Aqueles que são privados de apoio oficial e de poder, estão prontos para receber Jesus, enquanto as autoridades o rejeitam” (p. 1267).

Eis alguns espécimens da leitura materialista realizada pelos responsáveis da BP. Não se encontra nesta alguma alusão aos Santos Padres, à Tradição e ao Magistério da Igreja; o que aí se incute, é a perspectiva de uma sociedade estruturada segundo o marxismo e não a imagem do Reino de Deus em demanda de sua consumação escatológica.

“Mc 8,27-33: A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres, e poderosos à custa de fracos. Por isto, essa sociedade vai mater Jesus antes que ele a destrua”.

É este o comentário a uma passagem evangélica que fala da morte e ressurreição de Jesus. Estas são simplesmente silenciadas pelos comentadores, como se  não tivessem, antes do mais, importância transcendental.

Além de se ressentir de inspiração ideológica marxista, a Edição Pastoral comete seus erros teológicos e exegéticos, como se verá a seguir.

3.    Erros doutrinários

1. No tocante à vida póstuma, os autores das notas parecem professar a ressurreição dos corpos logo após a morte do indivíduo, em desacordo com a doutrina oficial da Igreja e dos textos da própria Bíblia. Com efeito, eis o que se lê à p. 1476:

“Em Corinto alguns pensam que, depois da morte, a alma imortal continua vivendo sozinha… Outros pensam que tudo termina com a morte… Paulo mostra que ambas as opiniões são contrárias ao núcleo da fé cristã”.

Na verdade, a própria S. Escritura (ou o próprio São Paulo) professa a sobrevivência da alma sem o corpo, ficando  a ressurreição da carne reservada para o fim dos tempos. Ver, por exemplo:

1Cor 15, 22-24a : “Assim como todos morrem em Adão, em Cristo todos receberão a vida. Cada um, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda (parusia). A seguir, haverá o fim”.

1Ts 4,16s: “Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; em seguida, nós, os vivos que estivermos lá, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor nos ares”.

Estes dois textos situam a ressurreição dos mortos no momento da parusia ou da segunda vinda de Cristo. – Entre a morte  do corpo e a ressurreição no fim dos tempos, a alma separada do corpo goza da sua sorte eterna (bem-aventurada, se a pessoa morreu em graça):

2Cor 5,8: “Estamos cheios de confiança, e preferimos deixar a mansão deste corpo para ir morar junto do Senhor”.

Fl 1,23: “Meu desejo é partir e estar com Cristo, pois isto me é muito melhor”.

Lc 23, 43: Disse Jesus ao bom ladrão pouco antes de morrer: “Em verdade eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso”.

A Congregação para a Doutrina da Fé explicitou esta doutrina numa Instrução datada de 17/05/1979, onde se lê:

“…3) A Igreja afirma a sobrevivência e a subsistência, depois da morte, de um elemento espiritual, dotado de consciência e de vontade, de tal modo que o “eu humano” subsista, mesmo sem corpo. Para designar esse elemento, a Igreja emprega a palavra  “alma”, consagrada pelo uso que dela fazem a Sagrada  Escritura e a Tradição. Sem ignorar que este termo é tomado na Bíblia em diversos significados, Ela julga, não obstante, que não existe qualquer razão séria para o rejeitar e considera mesmo ser absolutamente indispensável um instrumento verbal para sustentar a fé dos cristãos…

5) A Igreja, em conformidade com a Sagrada Escritura, espera a gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, que Ela considera como distinta e diferida em relação àquela condição própria do homem imediatamente depois da morte.

6) A Igreja, ao expor a sua doutrina sobre a sorte do homem após a morte, exclui qualquer explicação que tirasse o sentido à Assunção de Nossa Senhora naquilo que ela tem de único; ou seja, o fato de ser a glorificação corporal da Virgem Santíssima uma antecipação da glorificação que está destinada a todos os outros eleitos”.

2. Algumas vezes as notas de rodapé da BP, de índole histórica, são derivadas da Bíblia de Jerusalém. Mas nem sempre de modo inteligente. Assim, por exemplo, no comentário de Ex 23, 14-19 a Bíblia Pastoral repete o mesmo erro que já ocorria na Bíblia de Jerusalém em português, afirmando que a festa das Semanas era celebrada durante sete semanas ou cinqüenta dias (p. 96). Ora a Festa das Semanas, chamada Pentecostes em grego, era celebrada cinqüenta dias após o começo da colheita, como explicam Dt 16,9 e Lv 23,16, mas não durava cinqüenta dias; durava um dia apenas!

3. A  BP traduz 1Cor 7, 36-38 nos seguintes termos:

“Se alguém, transbordando de paixão, acha que não conseguirá respeitar a noiva, e que as coisas devem seguir o seu curso, faça o que quiser. Não peca; que se casem. Ao contrário, se alguém, por firme convicção, sem constrangimento e no plano uso de sua vontade, resolve respeitar a sua noiva, está agindo bem. Portanto, quem se casa com sua noiva faz bem; e quem não se casa, procede melhor ainda”.

Ora o texto grego original fala de virgem (parthénos), e não de noiva (nymphe). A tradução clássica é apresentada pela Bíblia de Jerusalém:

“Se alguém julga agir de modo inconveniente para com a sua virgem, deixando-a passar da flor da idade, e que portanto deve casá-la, faça o que quiser; não peca. Que se realize o casamento! Mas aquele que, no seu coração, tomou firme propósito, sem coação e no pleno uso da própria vontade, e em seu íntimo decidiu conservar a sua virgem, esse procede bem. Portanto procede bem aquele que casa a sua virgem; e aquele que não a casa, procede melhor ainda”.

Em nota a Bíblia de Jerusalém alude à tradução adotada pela BP como sendo pouco habitual. A BP prefere a nova maneira de traduzir, sem dar informações sobre o seu caráter muito hipotético.

4.    Conclusão

É louvável a intenção de tornar o texto bíblico acessível e compreensível ao maior  número possível de leitores. Isto, porém, não significa incutir determinada opção ideológica, de mais a mais que a ideologia marxista se apresenta ao mundo de hoje como fracassada e ultrapassada. A Justiça Social é sumamente desejável, sim; ela decorre da própria mensagem bíblica que a Doutrina Social da Igreja, através das encíclicas papais, vem desenvolvendo e aplicando aos nossos tempos. A Igreja não precisa de recorrer a sistemas heterogêneos para propor aos homens a autêntica mensagem da salvação.

Notemos a grande responsabilidade que toca a tradutores e editores da Bíblia: a linguagem do texto sagrado penetra e forma a mentalidade do povo que a lê. A tradução de Lutero plasmou a língua alemã. Permita Deus que a sua santa Palavra não sirva de instrumento para levar o povo cristão à deterioração e a desvios da fé!