Tudo o que tem peso e densidade exige espaço onde ficar e permanecer. Entra sem avisar, impõe-se em dignidade e respeito. Existe, manifesta-se. O mistério não pertence às coisas etéreas ou impossíveis, se não, nem sequer nos levantaria questões, nem precisaríamos de fazer perguntas.
Porque é mistério, não se explica. Mostra-se, permite e obriga a uma espécie de ruptura. É quase incômodo suave e persistente, um esboço do sonho que um dia poderei ver concretizado. Um desejo que começa a ganhar carne.
É significativo que este tempo do mistério apareça numa semana que se chama santa. Porque é próprio de Deus exibir-se de modo fascinante: pão que se parte, mãos que lavam os pés, uma cruz levantada, uma luz a despertar no meio da noite mais escura. O mistério vai acontecendo. O Santo fala de Si mesmo.
Neto Quirino
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