Até que ponto construímos o nosso futuro a partir de promessas? Tenho a impressão que há muito poucas coisas na nossa Vida as quais lhes tenhamos dado esta importância. Um contrato de trabalho ou um teste exigem de nós um compromisso e uma série de deveres. Mas nunca nos passaria pela cabeça prometer ao patrão fazer tudo o que ele nos quiser mandar. Quando prometemos, estamos afetivamente envolvidos, voltar atrás seria falhar algo sério com alguém, ou com nós mesmos.
Uma promessa é um risco. E pergunto-me o que estará no fundo de nós que nos torne possível garantir um espaço do nosso futuro a favor de alguém ou de alguma coisa. De certa maneira, alguém toma conta de mim, não pertenço só aos meu desejos, mas faço parte do sonho de alguém, que sem mim não o poderá realizar.
E se tenho tantas dificuldades em, por vezes, prometer a mim mesmo vir a ser melhor, não desisto de arriscar coisas boas minhas. Com todas as consequências, nem que seja para toda a Vida. Isto supera-nos completamente. Prometer é desenhar na areia uma palavra que quer ser definitiva. Que a primeira maré apagará. Mas permanece o movimento da alma que me permitiu um dia ser gigante. E isto é exigente, mas é darmos todo o espaço à eternidade de que somos feitos.
Neto Quirino
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