Um dos cinco sentidos que mais aprecio é o ouvido. Entre o silêncio e o ruído ensurdecedor, passamos o dia com sons constantes. Temos vozes que nos despertam sentimentos diferentes, umas que nos acordam e outras que fazem adormecer. Temos momentos privilegiados em que deixamos que o ouvido toque sentimentos concretos e nos traga à memória lugares e pessoas. Histórias que são verdadeiras sinfonias.
Existe um som difícil de ouvir. O do próprio coração. No silêncio esconde-se uma obrigatoriedade de estar com o Vida no seu próprio ritmo e na sua própria respiração. A Vida, tal como ela é, na sua simplicidade e grandeza.
Muitas vezes a grande causa de ruído nem são gritos exteriores, ou o movimento da cidade. O ruído pode ser a velocidade dos meus pensamentos e a força deles. O pensamento também precisa de algo que o acalme, que o faça andar ao ritmo dos desejos e dos sonhos. Podemos criar uma sintonia entre ouvir o coração e pensá-lo de forma bonita. Estamos menos divididos e mais concentrados em nós.
Neto Quirino
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