Como se os pensamentos fossem montanhas altas que repousam para além de planícies paradas... trazem sombras de nuvens a correr com o vento. E fica difícil agarrar coisas que fossem importantes para dizer agora, as que soassem como a música certa para o momento.
Um tempo de ausência. Grande, com a falta que me faz. Talvez por ter um coração cheio de experiências e pouco tempo para as ver deslizar calmamente para uma tela onde pudesse pintar aquilo que ficou. É agora o tempo de deixar emoções presas a momentos e encontrar verdades construídas, pouco a pouco, entre alguns vazios e outros momentos insuportavelmente cheios.
Seria a caneta que escreve de novo em papel que se deixou acariciar pelo pó... que soube esperar. Ouve-se a porta a bater, passos apressados, um cadeira que se arrasta, suspiro, ouve-se música de fundo. Começou um ano de reconquista de desejos de perfeição. Aquilo que marca a perfeição é que nunca está completa, senão, seria apenas um espelho para o qual posso olhar, mas brilha tanto de mim que mal me posso observar. É preciso uma luz suave, a calma de ser verdadeiro, o gosto de ser grande.
Neto Quirino
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