Ando meio cansado depois de uns dias vazios. Talvez por estar vazio por dentro, onde as emoções fugiam sem querer encontrar um lugar próprio, onde dessem cor aos sentimentos.
Há dias em que nada nos prende, fica-se só com a lista das coisas para fazer, que vou cumprindo de modo automático. Mas sem fazer disso uma experiência de desolação, perceber tudo como movimentos da alma que levem à sublimidade da Vida e daquilo que escolhi para ela.
Apeteceu-me tirar as memórias das estantes, onde se foram acumulando como peças de museu. Que visito nos dias de nostalgia, em que me apetecia deixar tudo e sair pelo mundo com o essencial às costas.
E fui enchendo as novas memórias do que acontece todos os dias. Não cabem em mim as surpresas dos pequenos instantes... quase tão impossíveis como tocar o Absoluto. Que se pressente, baixinho, sempre, como a brisa.
Neto Quirino
Nenhum comentário:
Postar um comentário