O horizonte fascina-me. Não há nenhum
lugar que mais me impressione interiormente que a planície. É um lugar
ao mesmo tempo desértico e completo, com uma energia pacífica que
consola e faz viajar
além do que se vê. A montanha traz curiosidade, faz perguntar o que
estará depois dela. A planície, pelo contrário mostra o conhecido, mas é
um horizonte imenso que se vê, mas não acaba.
O caminho por entre a planície é
uma metáfora de uma vida que sempre procurou alargar os próprios
horizontes. Por entre poucas novidades, mas na confiança de que cada
passo acrescenta um olhar novo ao que se conhece. E é tão importante ver
quanto caminhar, são pequenas certezas construídas e nunca acabadas.
Neto Quirino