quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Motivação


Nem sempre encontramos a motivação certa para nos dedicarmos de alma e coração àquilo que é mais importante em dado momento da vida. No fundo, ficamos com uma sensação de ficar aquém do esperado, por não vermos resultados imediatos, ou porque as coisas têm sempre algum imprevisto.

A motivação nasce de uma certeza que queremos fazer determinado caminho. As metas do nosso esforço, por mais longínquas que sejam, exigem-nos perseverança. É fácil motivarmo-nos a curto prazo, mas quando é algo mais distante, damo-nos conta que o entusiasmo tem altos e baixos.

O mais importante é podermos ter, em relação a nós mesmos, uma espécie de confiança e fé. Acreditar que algo se constrói diariamente quando cumprimos a pequena parte do esforço de cada dia. Não vivemos apenas de grandes realizações, aliás, estas são bastante raras... a qualidade joga-se em coisas bastante mais pequenas.
 
Neto Quirino

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Os pequenos tesouros



Ando meio cansado depois de uns dias vazios. Talvez por estar vazio por dentro, onde as emoções fugiam sem querer encontrar um lugar próprio, onde dessem cor aos sentimentos.

Há dias em que nada nos prende, fica-se só com a lista das coisas para fazer, que vou cumprindo de modo automático. Mas sem fazer disso uma experiência de desolação, perceber tudo como movimentos da alma que levem à sublimidade da Vida e daquilo que escolhi para ela.

Apeteceu-me tirar as memórias das estantes, onde se foram acumulando como peças de museu. Que visito nos dias de nostalgia, em que me apetecia deixar tudo e sair pelo mundo com o essencial às costas.

E fui enchendo as novas memórias do que acontece todos os dias. Não cabem em mim as surpresas dos pequenos instantes... quase tão impossíveis como tocar o Absoluto. Que se pressente, baixinho, sempre, como a brisa.

Neto Quirino

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ser pleno?


Acredito firmemente que a nossa Vida é tocada de eternidade. Temos todos na nossa história pessoal aqueles momentos que resumem anos de procura e conhecimento. Em que podemos dizer que foi o dia em que me tornei uma outra pessoa, ou que mudou a minha vida. Também os momentos que marcam definitivamente pela negativa, que impuseram rupturas e decisões dolorosas. Em tudo isto há uma dimensão de qualquer coisa de definitivo que pode ser tão libertador, iluminador ou tão destruidor.

Por isso temos sempre atrás e à nossa frente um caminho complexo. Que procuramos que seja pleno, em que tudo seja linear e óbvio... e descobrimos que o que não abunda são as respostas fáceis.

Uma vida plena, não é uma vida cheia...aliás as nossas agendas super preenchidas falam-nos mais de vento do que de mar. A plenitude está em pôr uma cor dentro dos meus espaços vazios, ou cinzentos. Que ainda por cima são espaços que nem sei como os preencher. Talvez seja este o desafio e a surpresa: de deixar que sejam pintados por Outro que sabe muito mais de mim e da minha Vida que eu próprio... E a confiança assim gratuita não é fácil, porque teimo sempre em ser dono de mim.

Neto Quirino

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

É loucura? (mês das vocações)

Tenho vivido alguns momentos muito especiais de encontro com coisas fundamentais da minha vida.
Tenho sobretudo pensado acerca do que significa ser chamado ou, por outras palavras, a Vocação.
Ao olhar para estes anos, consigo ver sempre os mesmos momentos chave, em que fui sentindo que realmente era chamado a ser de Jesus.
Mas agora, com mais tempo, vou me dedicando a olhar para aqueles dias e momentos em que não fui tão atento... e fui descobrindo o seguinte:
  • Que realmente, parece uma loucura este tipo de vida.
  • Que a Vocação nasce de um desejo sutil e sempre incessante, que não termina enquanto não se decide a dar um sim para toda a Vida.
  • Que a Vocação se vive cada dia, todos os dias, numa amizade cada vez mais completa com Deus.
  • E, por último, que a maior graça foi ter sido chamado a esta Vida, por verdadeiramente ter sido escolhido. 

Decidir a própria vida por Jesus, é ter a certeza que temos um caminho de uma profunda realização humana, porque somos escolhidos para uma vida total. Seja ela qual for.
Um padre terá de rezar, um pai de família terá de educar os seus filhos, uma namorada terá de cuidar do namorado, o amigo terá de amparar o amigo. No fundo, cada homem e mulher tem a Vocação para Amar.
E esta não nasce de coisas incompletas, nasce do mais divino que temos em nós. Uma vez dito o Sim, porque a Jesus só vale a pena dizer sim, a vida tem um sentido cada vez mais pleno, mas cuidado como a coisa mais preciosa, dia-a-dia.

Neto Quirino