terça-feira, 31 de julho de 2012

Luz escondida


Aí onde quero ficar, numa procura incompleta que por si mesma já realiza. Percebemos, pouco a pouco, como a fragilidade pode ser a nossa arma mais poderosa. Quem vive em castelos de vento, percebe um dia como o nada pode tocar a Vida de uma forma avassaladora.

E é aí que o caminho se abre à riqueza mais pessoal. Onde se tiram forças de onde não se pensava que existissem. Talvez porque a força vem cá de dentro, bem mais fundo que o chão que tocamos.

Por saber que a força está num dom enorme que vem de longe e vem de sempre. Uma luz escondida que brilha quando todo o resto se apaga. E é esta a mesma de um nascer do sol, a oportunidade de recomeçar, sair e viajar.

Neto Quirino

sábado, 14 de julho de 2012

Conformismo? ... Nem por isso!


Há acontecimentos que são tão habituais na nossa vida. E memórias que nos vão levando nos anos, que deixam de nos impressionar como no primeiro momento, mas que trazem sempre as mesmas sensações, vistas com outra experiência.

Esta imagem da bola no telhado é uma das mais recorrentes da minha infância. Uma linda tarde de jogo acabava subitamente num espectáculo de olhar para um telhado, e já farto de atirar pedras a ver se resolvia o problema, até que se fazia noite.

E passam as semanas e o espectáculo desiludido do acessível inacessível permanece. Mas a vida continua, até que uma bola nova e mais bonita faz esquecer a antiga.

E são estas as emoções pequenas da Vida. Particulares de uma existência que se vai afastando do impossível e que se quer centrar cada vez mais em abraços mais completos e mais reais. E horizontes acima dos telhados das casas. Para o Mundo, para um Universo chamado a ser transformado pela criatividade que me foi confiada.

É de alguma maneira participar de uma Criação impossível para as minhas forças, mas capaz de ser verdadeira quando é muito sincera em gestos pequenos de fazer o Bem.

Neto Quirino